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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

EUA detêm brasileiro em investigação de fraude e apreendem US$ 20 milhões escondidos sob colchão



                                                             Foto ilustrativa
EUA detêm brasileiro em investigação de fraude e apreendem US$ 20 milhões escondidos sob colchão

 Procuradores norte-americanos anunciaram na quinta-feira (5) que cerca de US$ 20 milhões (cerca de R$ 63,9 milhões) descobertos sob um colchão em um apartamento no Estado de Massachusetts foram apreendidos após a prisão de um brasileiro por lavagem de dinheiro em conexão com um esquema multibilionário de fraude global.

Procuradores federais em Boston acusaram Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos, de conspiração para cometer lavagem de dinheiro em um caso conectado à investigação da TelexFree, que se promovia como uma companhia de internet e telecomunicações mas se tratava, na verdade, de um esquema de pirâmide de dinheiro, de acordo com investigadores.

Rocha foi preso após uma audiência na Justiça, segundo os procuradores. Seu advogado não respondeu imediatamente a pedidos por comentários.
TelexFree

A prisão foi resultado de uma investigação sobre a TelexFree, uma companhia sediada em Marlborough, Massachusetts, que vendia serviços de voz sobre Internet (Voip) e foi fundada por James Merrill, um cidadão norte-americano, juntamente com o brasileiro Carlos Wanzeler.

Procuradores disseram que a TelexFree era um grande esquema de pirâmide de dinheiro, ganhando pouco dinheiro com a venda de serviços e fazendo milhões de dólares com milhares de pessoas que pagavam uma taxa de assinatura para serem --promotores comerciais-- e publicarem anúncios online para a empresa.
Falência

A TelexFree pediu falência em abril de 2014, com dívida de US$ 5 bilhões a seus participantes, de acordo com procuradores. No total, cerca de 965 mil vítimas nos EUA, Brasil e outros países perderam 1,76 bilhão de dólares com o fracasso da companhia, segundo eles.

Merril foi preso em maio de 2014 e se declarou culpado de conspiração e fraude eletrônica em outubro. Wanzeler fugiu para o Brasil em 2014 e não pode ser extraditado.
Lavagem de dinheiro

De acordo com a queixa criminal de quinta-feira, uma pessoa atuando em nome de um sobrinho de Wanzeler abordou uma testemunha que cooperava com as autoridades para falar sobre a lavagem de um dinheiro que estava nos EUA, utilizando contas em Hong Kong e movimentando os fundos para o Brasil.

A intermediária disse à testemunha que ela queria US$ 40 milhões transferidos para fora do país porque a mulher de Wanzeler, que ainda morava nos EUA, estava entrando com pedido de divórcio e sabia onde o dinheiro estava localizado, segundo a queixa.

Em 31 de dezembro, Rocha, atuando como mensageiro para o sobrinho de Wanzeler, foi para os EUA e subsequentemente encontrou-se, na quarta-feira, com a testemunha, à qual ele deu US$ 2,2 milhões em uma maleta, de acordo com autoridades.

Após o encontro, agentes federais seguiram Rocha a um complexo de apartamentos em Westborough, Massachusetts.

Depois da prisão do suspeito, eles retornaram ao apartamento e descobriram uma "quantidade substancial de dinheiro" escondido sob um colchão, segundo a queixa. Rocha disse haver um total de US$ 20 milhões.

O advogado de Wanzeler não respondeu imediatamente a pedidos por comentários.

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