Badawi está preso desde 2012 e recebeu as primeiras 50 chicotadas em Janeiro, numa punição que causou enorme condenação internacional. A sua mulher avisou que, de saúde frágil, não aguentaria uma segunda sessão do castigo. As autoridades sauditas acabaram por adiá-la.
O
próprio Badawi escreveu um livro em que conta como sobreviveu
“miraculosamente” ao castigo, quando foi levado, algemado mas de cara
descoberta, para uma praça pública onde foi sujeito a 50 chicotadas
dadas por um polícia. Havia uma multidão a ver. Gritavam com júbilo e
sem parar “Allahu Akbar”, relatou Badawi, num livro que publicou na Alemanha em Abril chamado 1000 chibatadas: porque digo o que penso.
As autoridades alemãs desaconselharam a publicação por medo que esta
prejudicasse as tentativas internacionais para clemência das autoridades
sauditas. Mas Badawi e a mulher, Ensaf Haidar, decidiram ainda assim
avançar.Os Estados Unidos, aliados do reino, expressaram “grande preocupação” e pediram que a pena fosse revista. Várias organizações de defesa de direitos humanos têm também feito campanhas por Badawi. Na altura, a Arábia Saudita reagiu com “surpresa e consternação” pelas críticas internacionais, rejeitando interferência nas suas questões internas. Contudo, o rei enviou para o Supremo Tribunal o caso, o que parecia indicar que as autoridades sauditas estavam dispostas a rever a pena.
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