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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Justiça Federal aceita denúncia, e nove suspeitos viram réus na Lava Jato

O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, aceitou na tarde desta sexta-feira (12) parte da denúncia feita ontem pelo MPF (Ministério Público Federal) contra 36 suspeitos de participarem do esquema de desvios na Petrobras. Com a decisão do juiz, nove dos denunciados já viraram réus. São eles: Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Waldomiro de Oliveira, Carlos Alberto Pereira da Costa; ,Enivaldo Quadrado, Gerson de Mello Almada, Carlos Eduardo Strauch Albero, Newton Prado Júnior, Luiz Roberto Pereira.
A Justiça ainda irá apreciar a denúncia contra os 27 restantes.
Os 36 foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As penas podem chegar a 51 anos de prisão. Ao todo, 22 deles pertencem às empreiteiras OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Engevix, Mendes Júnior e Galvão Engenharia.
 
Segundo o procurador Deltan Dallagnol, os desvios feitos pelos suspeitos em contratos fraudulentos só da diretoria de abastecimento, objeto da denúncia de ontem, somam, até agora, cerca de R$ 300 milhões. O MPF, no entanto, pede que sejam ressarcidos R$ 1 bilhão, que é a estimativa mínima do valor total que teria sido desviado nos contratos em todas as áreas da Petrobras.
 
Ainda de acordo com Dallagnol, foram praticados 154 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro pelos 36 denunciados. O procurador afirmou que essa é a primeira denúncia da Lava Jato, relacionada aos crimes que teriam sido praticados na diretoria de abastecimento. Outras denúncias, relacionadas a desvios em outras diretorias, devem ocorrer futuramente. 

'Clube' de empreiteiras e lavagem 'moderna'

A denúncia afirma que as empreiteiras organizaram-se em cartel, em um "clube", que controlava as obras da diretoria de abastecimentos. Segundo o MPF, as empresas sabiam quem iria vencer cada licitação. Entre as práticas ilegais do cartel estavam a realização de contratos desnecessários ou injustificados; a inclusão de aditivos contratuais com preços excessivos; aceleração do processo de licitação e a revelação dos processos sigilosos. A propina paga aos agentes corrompidos dentro da Petrobras variava entre 1% e 5% de cada contrato fraudulento.
De acordo com os denunciantes, o dinheiro da propina saía das empreiteiras para os doleiros, por meio de saques, entregas em espécie, pagamentos no exterior, contratos fictícios com empresas de fachada ou até por meio do pagamento de bens, como veículos. Após a lavagem, os valores eram entregues para os beneficiários finais.
Dallagnol afirmou que os processos de lavagem de dinheiro atingiram outro patamar, o que ele qualificou de "modernidade da lavagem". "A lavagem não era feita por corruptores e corrompidos. Envolvia profissionalização, internacionalidade e complexidade."

Veja a lista dos denunciados:

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Alberto Youssef, doleiro
José Humberto Cruvinel Resende
Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A
Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa S.A
Eduardo Hermelino Leite, alcunha 'Leitoso', diretor vice-presidente da Camargo Correa S.A.,
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida
Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente Executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A
Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado de Alberto Yousseff
Enivaldo Quadrado, doleiro
Rogério Cunha de Oliveira, diretor da Área de Óleo e Gás (ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
Alberto Elísio Vilaça Gomes
Antonio Carlos Fioravante Brasil Pierucinni
Mário Lúcio de Oliveira
Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações S.A.
João de Teive e Argollo
Sandra Raphael Guimarães
Marcio Andrade Bonilho
Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", agente da Polícia Federal
Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e deputado federal Mário Negromonte (PP-BA)
José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, OAS
José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, OAS
João Alberto Lazarri
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.
Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix Engenharia S/A
Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia S.A.
Jean Alberto Luscher Castro
Dario de Queiroz Galvão Filho
Eduardo de Queiroz Galvão
Waldomiro de Oliveira  
















http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/12/12/justica-federal-aceita-denuncia-e-nove-suspeitos-viram-reus-na-lava-jato.htm

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