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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Pais são presos suspeitos de quebrar braço e ferir criança de 3 anos em SP

Pais são presos suspeitos de quebrar braço e ferir criança de 3 anos em SP

Conselho Tutelar foi acionado e está tomando providências sobre o caso.
Menino de três anos está em observação na UTI da Santa Casa de Santos.

Rodrigo Martins Do G1 Santos 
Pais são presos suspeitos de maus tratos contra criança em São Vicente, SP (Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal) 
Pais são presos suspeitos de maus tratos contra criança (Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal)
Uma criança de três anos foi vítima de maus tratos em São Vicente, no litoral de São Paulo, e os principais suspeitos são os próprios pais do menino. A denúncia foi feita pela avó materna do menor. O Conselho Tutelar do município foi acionado e o encaminhou para receber os cuidados médicos. O pai e a mãe da criança estão presos.
Em entrevista ao G1, o conselheiro tutelar Givanilse dos Santos revela que a avó do menino procurou primeiro a Polícia Militar, relatando as agressões. Assim que confirmou a denúncia, a PM acionou o Conselho Tutelar. “Fiquei sabendo do caso porque a PM entrou em contato comigo. A avó procurou a polícia, relatou o caso e solicitou ajuda. Ela dizia que a criança estava sofrendo maus tratos e violência por parte do pai e da mãe. Como a situação envolve uma criança, eles preferiram acionar o Conselho. Me contataram e eu fui até o local. Chegando lá, vi a criança no colo do pai e pedi para que a passasse para o colo da avó. Quando a criança levantou a blusa, vi várias marcas, escoriações e machucados. Com isso, o menino foi levado direto ao Pronto Socorro do bairro Humaitá”, conta.
Menino de três anos tinha ferimento por todo o corpo em São Vicente, SP (Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal) 
Menino de três anos tinha ferimento por todo o
corpo (Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal)
Após a criança ser enviada para receber cuidados médicos, o conselheiro conversou com os pais para apurar mais detalhes sobre o caso. “Fiquei conversando com os pais, tentando entender o que estava acontecendo, mas eles não falavam coisa com coisa. O pai culpava a mãe, dizia que ela tinha problemas psiquiátricos, mas que ela não batia daquele jeito. A nossa intenção era que a criança fosse socorrida e recebesse os cuidados necessários”, afirma Santos.
O menino teve inúmeras lesões, detectadas depois dos exames feitos pelos médicos. Por conta da gravidade dos ferimentos, a criança está em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Santos. “Foi detectada uma fratura no braço esquerdo, que está quebrado na altura do rádio. Conversei com a médica e realmente o caso é delicado, há machucados novos e antigos, os maus tratos parecem ser constantes. Ele tem escoriações, marcas de mordidas, queimaduras e a fratura no braço. Ele foi levado para a Santa Casa e, após exames mais detalhados, havia uma suspeita de hemorragia interna. Ele foi direto para a UTI, está em observação e sendo medicado”, diz o conselheiro.
Criança estava com o braço quebrado e tinha marcas de mordida (Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal) 
Criança estava com o braço quebrado
(Foto: Givanilse dos Santos/Arquivo Pessoal)
O pai está detido no 1º Distrito Policial (DP) de São Vicente e a mãe na Cadeia Feminina do 2º DP da cidade. Eles devem responder criminalmente pelas agressões, conforme detalhado por Santos. “Com a atuação do Conselho Tutelar, um Boletim de Ocorrência foi registrado, por conta dos maus tratos e da violência. O exame de corpo de delito irá constatar os ferimentos. Vai virar um processo e as partes envolvidas serão ouvidas, para que sejam tomadas as devidas sanções. Estamos acompanhando o caso e vamos pedir providências ao Ministério Público, que deve se manifestar. A partir de segunda-feira (24), nós poderemos ter novidades na Vara da Infância do Fórum de São Vicente”, explica.
Enquanto isso, a criança ficará sob a guarda da avó materna. “Não tenho o poder de transferência de guarda, mas com o crime de responsabilidade, é possível afastar a vítima dos possíveis agressores. Passei o termo de responsabilidade para a avó e a situação será essa até que o Judiciário se manifeste”, conclui o conselheiro.

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